Copa do Mundo de 1950: o inesquecível Maracanazo

Copa do Mundo de 1950: Quando pensamos em Copas do Mundo logo de cara existe uma seleção que é o estandarte do torneio: O Brasil. Mas se você vai apostar na Copa do Mundo hoje, deve lembrar que nem sempre a seleção canarinho foi assim, e já passou por situações bem complicadas na história do mundial. Uma das principais, que pode ser comparada apenas com o 7×1 para a Alemanha, é o Maracanazo, de 1950.

O principal torneio futebolístico do planeta vai para a sua 22ª edição em 2022. Uruguai, Itália e França foram as primeiras sedes, em 1930, 1934 e 1938, respectivamente.  Nos anos de 1942 e 1946 o torneio foi cancelado devido a Segunda Guerra Mundial. Apenas em 50 o campeonato voltaria a ser realizado, e a sede foi o Brasil.

Diversas seleções pelo mundo acabaram desistindo de participar da Copa, muito pelo fato de os países europeus estarem focados na reestruturação do pós-guerra. Mas ainda assim a Copa de 50 contou com a participação de grandes seleções da época.  A Inglaterra, que fez no Brasil a sua estreia em um mundial, a Itália, atual bicampeã mundial (34 e 38), e os primeiros ganhadores, o Uruguai.

O formato da Copa do Mundo de 1950

O torneio foi formado por 4 grupos. Destes 4, se classificaria o campeão de cada grupo para um quadrangular final. Em um confronto de todos contra todos, quem marcasse mais pontos seria o campeão mundial.

Com as desistências de algumas seleções que já estavam classificadas para a Copa, alguns grupos ficaram desfalcados. Ocorrendo, inclusive, uma decisão de jogo único para decidir quem se classificaria para o quadrangular.

Os grupos eram:

  • Grupo 1: Brasil, Iugoslávia, Suíça e México
  • Grupo 2: Espanha, Inglaterra, Chile e Estados Unidos
  • Grupo 3: Suécia, Itália e Paraguai
  • Grupo 4: Uruguai e Bolívia

A campanha do Brasil iludiu geral

O Brasil começava a ganhar ares de país do futebol com goleadores e jogadores habilidosos. O clima de festa que a Copa do Mundo causou no país acabou gerando aquele sentimento de “já ganhou” que faria com que o tombo fosse ainda mais forte. Mas até chegar à final o Brasil fez uma ótima campanha, inclusive com as goleadas mais expressivas da história do país em mundiais.

Na fase de grupos foram duas vitórias tranquilas e um empate. 4 x 0 contra o México, logo na estreia, com dois gols de Ademir, um de Jair e um de Baltazar. A segunda partida foi contra a Suíça, onde empatamos em 2 x 2, com gols de Alfredo e Baltazar para o Brasil e Fatton marcando os dois dos suíços. No Maracanã, o Brasil encerrou a fase de grupos contra a Iugoslávia, ganhando de 2 x 0 com gols de Ademir e Zizinho. Primeiro lugar no grupo e vaga para o quadrangular final confirmada.

Copa do Mundo de 1950: Atuações de luxo e goleadas no quadrangular final

O Brasil seguia imparável. Junto com a seleção brasileira se classificaram Espanha, Suécia e Uruguai. Todos se enfrentaram para decidir quem seria o campeão do mundo.

No Maracanã, para um público de mais de 138 mil pessoas, o Brasil enfrentou a Suécia e aplicou um 7 x 1. Quatro gols de Ademir, dois de Chico e um de Maneca para o Brasil, Andersson diminuiria para os suecos.

O próximo confronto foi contra a Espanha e mais uma goleada histórica. 6 x 1 para os donos da casa com dois gols de Ademir, que cravaria os seus 9 gols na artilharia da Copa de 50. Um gol de Jair, um de Chico e mais um de Zizinho, Silvestre marcou o gol dos espanhóis.

Por outro lado, os uruguaios passaram com muita dificuldade pelas seleções europeias. Os resultados foram 2×2 contra os espanhóis e 3×2 contra os suecos, de forma que a partida contra o Brasil seria uma final, em que os brasileiros tinham a vantagem do empate.

O Maracanazo: Uma marca eterna no povo brasileiro

O jogo estava marcado para o dia 16 de julho às 15:00, e ali o Brasil usaria pela última vez uma camiseta branca em Copas do Mundo.

Tudo indicava o Brasil campeão. Os resultados anteriores no campeonato, jogadores mais habilidosos, mais de 200 mil torcedores no Maracanã, jogar com a vantagem do empate, as probabilidades de vitória dos uruguaios eram mínimas.

Apesar de jogar com vantagem, a seleção brasileira começou o jogo partindo pra cima. Aos 47 minutos o ponta direita Friaça colocou o Brasil na frente no placar e a festa estava armada. Seriam necessários dois improváveis gols dos uruguaios para colocar água no chopp dos brasileiros.

Neste momento começou a história de uma das mais impactantes (ou a mais) viradas da história do futebol mundial. Aos 66 minutos, em uma bola cruzada para o centro da área, Schiaffino empatou o confronto.

O placar seguia favorável para o Brasil e o jogo se encaminhava para o final, era só segurar e comemorar o primeiro título mundial. E a seleção brasileira até teve chances de marcar mais vezes, mas os uruguaios tinham outros planos.

O segundo gol uruguaio veio aos 79 minutos de partida. Em uma jogada individual pela ponta, Alcides Edgardo Ghiggia Pereyra, “O Ghiggia”, colocava a bola no fundo das redes e cravava o bicampeonato mundial para o Uruguai. Contra tudo e contra todos, aqueles 11 jogadores do pequeno país sul-americano calaram todo o mundo. Você pode acompanhar os lances da partida neste vídeo.

Texto de Nicolas Soares.  Fanático por futebol, especialmente do interior. Apaixonado pela cultura latino-americana. Fã de Gabriel García Márquez e Eduardo Galeano.

A gente quer te lembrar de uma coisa importante: a KTO é um lugar para quem tem mais de 18 anos se entreter e aproveitar momentos de descontração e alegria. Se você ainda é menor, ou se o jogo não está tão divertido assim no momento, deixe para voltar mais tarde.

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